domingo, 31 de agosto de 2008
Tua Presença
Sabe, você tem um jeito assim que encanta,
Em meus pensamentos nublados,
Lá está você,
Jogando pra longe o tempo ruim.
É sempre assim, tua lembrança me socorre.
Com você por perto é sempre aquela vontade de crescer mais,
De viver mais.
Enfim,
Tua presença em mim é um momento leve,
No qual minha alma pede licença,
E se deixa feliz,
Dançando ao som da música que é você...
DESaTINOS
Quantas vezes vou ter de te matar (dentro de mim)?
Quantas vezes vou ter de te esquecer (pra sempre)?
Quantas vezes me dizer que não é possível?
Como posso temer te amar?
Ir até o fundo,
Depois não ter como voltar...
Quantas vidas vou ter de viver?
Para dar certo...
Ou para entender...
Como saber a hora certa de calar?
Como saber a palavra certa,
A tal palavra mágica: que-faz-destino-mudar...
Verão
Te dando conta, no último acorde do verão,
Que a razão não esteve necessariamente ao teu lado nas mais recentes decisões,
Tomas um rumo bem oposto do que te levaria pra casa.
Mas ainda se arma o tempo, ainda chove no teu caminho e te desarma a solidão,
Te martirizas, te amaldiçoas e desacreditas...
Tua fé te deixa e com pena de si, te deixas cair no acostamento da tua vida e tudo se apaga.
Até que um dia amanhece. Com pássaros, com boca seca e o sol batendo,
E juntas ânimo, juntas força, ergues o corpo, segues em frente, para o norte esse daí, que se apresenta,
Tua vida segue adiante e essas pernas que, hoje, são tuas, têm o passo que concebes,
Se enfim tem razão o teu traçado, ainda não sabes, é melhor não arriscar, pois amanhã,
Podes ter outra opinião e jogará, de novo, tudo para o alto.
Por hora, decidiste teu passo,
E se não deste par às tuas pegadas, tua casa é teu próprio sapato,
Pois nada te prende nesse chão, ruma pra onde for,
Afinal, um homem só também faz estação.
Carta de Importados II
Comecei a ler um livro hoje, vou reproduzir um trecho de um dos poemas. O livro é do Bukowski e se chama "O amor é um cão dos diabos".
Saúde, enjoy It!
a deusa de um metro e oitenta
"...depois nos deitamos enlaçados como vinhas humanas
meu braço esquerdo debaixo do seu travesseiro
meu braço direito sobre o lado do seu corpo
aferro-me às suas mãos
e meu peito
barriga
bolas
pau
enroscam-se nela
e através de nós
no escuro
passam raios
pra lá e pra cá
até que eu desfaleça
e nós durmamos.
ela é selvagem
mas dócil
minha deusa de 1,80
faz-me rir
a risada do mutilado
que ainda precisa de
amor
e seus olhos abençoados
fluem para o fundo de sua cabeça
como nascentes na montanha
ao longe
nascentes
frescas e boas.
ela me resguardou
de tudo o que não está
aqui".
sábado, 16 de agosto de 2008
Calmaria
Estar com você é manter os pés no chão,
É voar mão com mão,
É sentir a brisa no rosto,
No corpo, luz e aconchego.
Dia e noite poesia
Noite e dia calmaria
Desço o morro, e lá do alto já se via,
Cá embaixo, o brilho teu já seduzia,
Ninguém pode dizer que não.
Dia e noite poesia
Noite e dia calmaria
Louco tempo já se ia,
De guerra tanta, alma fria,
De mágoa e pranto, até a minha...
Mas com você me espanto,
É sempre assim:
Dia e noite poesia
Noite e dia calmaria
Sempre calmaria...