Se temos pequenos motivos Se fomos tão subtraídos Ainda há o romance. Em tudo se tem vantagem e vida.
Sei que não sou inocente Já não tenho o coração tão quente Pudera não fosse tão frio Há tempos, deixei pra trás aquela sede.
Se a lua cai e vem o sol esquentar Então deita e rola, beija o dia. E um tanto de amor pendente, Com o brilho que espanta mágoas Confere sempre esperança De tudo, tudo é lição, que doa o coração: É força
Pois sempre soube ocultar O medo, o vazio de dentro O fogo é maior e intenso De tudo, tudo é lição, escuta a voz, sente a emoção do peito.
Essa cidade gigantesca, Cresce mais a cada dia, Tem o Brasil inteiro dentro de si, Qualquer dia toma conta do Brasil.
Passo por suas ruas e avenidas, Becos e viadutos, Me identifico e surpreendo com paisagens do seu asfalto, Fotografo mentalmente certas cenas que me causam nostalgia, de imediato.
Faço tudo isso de madrugada, Em silencioso segredo, Admirando suas tantas expressões. A observo enquanto dorme, E vou me apaixonando cada vez mais...
Te mandei meus Caetanos e meus Miltons, Meus Bukowskis e Quintanas, Mais duas ou três coisas que nessa vida fazem sentido, Te mandei meu mundo e meu tempo, que é outro, Pelo visto.
Escapei entre teus dedos, Me camuflei sob teus olhos, Numa fuga que não se explica, E não há como dizer que não foi amor, Aquele reflexo e aquela textura, Aquela aura límpida entre nós.
Passei a ter idéias que já fazem parte da minha cabeça, no que sou hoje, Pari mil vezes e me transformei num filho que foi teu, Pensei em dizer que não fui eu, Que não estive lá, Mas calo um amor muito mais sério e cego, Uma paixão desenfreada por um presente que já não me pertence.