Estou enredado em teus pêlos,
Minha boca carrega teu gosto,
Descaradamente, meu corpo responde quando ouço tua voz,
E te chama...
E tuas pernas cruzadas,
E tua nuca, com a pele arrepiada,
E tuas mãos entre os cabelos,
E o eco da tua risada,
E teu sussurro no meu ouvido,
E as marcas do teu batom na borda da taça,
Teu cheiro em mim,
Me cercavam, me entorpeciam
E quando tropecei na tua vida,
E quando invadi o teu caminho,
E quando interrompi tua conversa,
E quando desmarquei teus livros,
E quando invadi tua peça,
E quando desregulei teus relógios,
E desfiz o quebra-cabeça montado em teu quarto,
Ardi numa febre,
Escalei o que havia,
Vi a terra tão pequena lá de cima.
Hoje, danço uma música até cair,
Hoje, morro de rir,
Agarro a vida à unha, no pêlo,
Hoje, não penso em voltar no tempo,
Mas nas novas alturas que tenho a subir...
Nenhum comentário:
Postar um comentário