sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Espumas

 

Você foi embora...
E o que era pra sempre, agora é nunca mais.
Já não falo sozinho...pois um dia você disse que eu falava mais sozinho do que com você, hoje já não há ninguém com quem conversar...
E se adormeço, quando acordo, não lembro de ter sonhado.
Resta apenas uma bruma e o cheiro do mar entrando pelas janelas...

Para distrair e me distanciar, tomo longos drinques,
E do meu cigarro, trago longos tragos,
E embora o sol ainda se ponha, dia após dia,
Vivo um mesmo entardecer, saindo e entrando do quarto para a varanda e de volta para o quarto, vendo os últimos raios de sol iluminarem tua poltrona, empoeirada em não te ter, empoeirado também eu e meu velho sentimento.

Vive hoje comigo, no quarto dos fundos,
Uma saudade sem medida,
Invade a casa volta e meia e quando chega,
Não me deixa lembrar da despedida.

Enquanto as ondas batem sobre a costa,
Só me pergunto onde andas e se ainda sorri teu sorriso envergonhado...com os olhos baixos e a mão na boca,
À minha frente mais uma onda se desfaz,
E apenas a espuma da saudade escorre lenta em minha nuca,
Pra nunca mais...